A Companhia de Teatro Heliópolis surgiu no ano 2000, reunindo jovens da comunidade sob direção de Miguel Rocha e apoio da UNAS (União de Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis e Região), com o objetivo de montar o espetáculo A Queda para o Alto, baseado no romance homônimo de Sandra Mara Herzer. Entre a primeira peça e os trabalhos mais recentes, foram quinze anos de conquistas, dificuldades e muitos aprendizados. “O teatro que optamos fazer está em sintonia com nossas vidas, em profunda conexão com elas”, afirma Miguel, diretor da companhia desde então.
O Grupo
A Companhia de Teatro Heliópolis
Ao longo dessa década e meia de existência, a companhia realizou sete espetáculos – todos eles criados em diálogo com os anseios e as vivências que permeiam a realidade de Heliópolis. Depois de A Queda Para o Alto, vieram as peças Coração de Vidro (2004) e Os Meninos do Brasil (2007). Entre 2008 e 2009, com o patrocínio da Petrobras, foi iniciado o Projeto Arte e Cidadania em Heliópolis, que se constituiu de quatro fases – formação, pesquisa, criação e apresentação – e teve três módulos. Cada um deles resultou em um espetáculo distinto: O Dia em que Túlio Descobriu a África (2009); Nordeste/Heliópolis/Brasil – Primeiro Ato (2011) e Um Lugar ao Sol (2013). Durante o período, a companhia também montou a peça Eu quero sexo… será que vai rolar? (2010).
QUEM SOMOS
A Companhia de Teatro Heliópolis teve várias formações até a chegar ao núcleo central constituído por Dalma Régia, David Guimarães, Donizeti Bonfim dos Santos e Klaviany Costa, além do diretor Miguel Rocha, todos eles moradores da comunidade.
No entanto, a trupe permanece aberta a artistas-colaboradores, que eventualmente participam das peças. Os processos dos espetáculos sempre resultam de criação coletiva, com base em histórias de moradores de Heliópolis relacionadas ao tema-condutor e nas experiências e improvisações dos atores. Apoiados nesse material, dramaturgos convidados escrevem os textos. Já colaboraram com os espetáculos da companhia nomes como Marcelo Lazzarato, Paulo Fabiano, Raquel Ornellas, Ana Roxo e William Costa Lima, entre outros.
No atual projeto da Companhia de Teatro Heliópolis, Onde o percurso começa? Princípios de identidade e alteridade no campo da educação, contemplado pela 25ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo, Evill Rebouças é o dramaturgo/dramaturgista da nova peça; os pesquisadores Carminda Mendes André e Alexandre Mate, ambos do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), têm conduzido ciclos de estudos teóricos com o grupo e Lúcia Kakazu e Wiliam Paiva são responsáveis, respectivamente, pela preparação corporal e musical dos artistas.